Muita cerveja e até roda gigante. Fanzone tem clima de domingo no parque
UOL Esporte
Por Paula Almeida
Do UOL, em Londres (ING)
Pouca azaração e poucos personagens caricatos. As fanzones da Copa do Mundo de rúgbi em nada lembram as fun fests do Mundial de futebol do ano passado, no Brasil. Nas festas espalhadas pela Inglaterra, famílias inteiras aproveitam a ocasião de uma partida para curtir um dia no parque. Claro, como estamos falando de Reino Unido, tudo muito regado a cerveja.
O UOL Esporte esteve no último domingo na fanzone de Richmond, cidadezinha pequena com cerca de 30 mil habitantes ao lado de Londres. Embora não seja dentro da capital, essa é uma das fun fests mais importantes da Copa do Mundo porque acontece a 20 minutos de distância do Twickenham, principal estádio do Mundial.
Diferentemente de outras fanzones, como as de Rugby e Cardiff, a de Richmond acontece em um enorme espaço a céu aberto, o parque Old Deer Park, o que permite todo tipo de atração. Crianças, adultos, idosos, bichos de estimação, todos têm o que fazer por lá.
Para quem queria apenas assistir aos jogos, três telões gigantes estavam espalhados pelo parque, sendo um deles dentro da tenda que hospeda mais de mil pessoas sentadas e outras tantas em pé. Foi para lá, inclusive, que quem estava do lado de fora correu quando a chuva apertou no segundo tempo de Austrália x Escócia, último duelo das quartas de final.
Duas lojas credenciadas também saciavam o desejo consumista de quem queria carregar uma lembrança da Copa. De chaveiro a uniforme, de toalha a caneca, passando por gorros, bandeiras e bolas de rúgbi. Nada por menos de 5 libras. Quase tudo por um preço salgado, aliás, como as camisas oficiais de jogo dos times, cada uma variando entre 50 e 70 libras. Lembrando que a moeda britânica está cotada a aproximadamente R$ 6, faça as contas aí…
Para as crianças, a diversão era bem menos cara. O valor mais alto era para andar na roda-gigante: 8 libras. Os outros brinquedos também eram pagos. Mas nada melhor do que jogar rúgbi nos gramados e sair correndo pelo campo segurando cartazes de patrocinadores com a palavra TRY. Isso era de graça.
Food trucks espalhados pelo parque concorriam com quitutes de piquenique e matavam a fome com comida argentina, britânica, americana e até alemã. Já nos bares, a diversidade era bem menor. Apesar de alguns quiosques de vodca, quem fazia sucesso mesmo era a cerveja, clara ou escura.
E nem o forte odor de álcool que tomou a tenda coberta do Old Deer Park foi capaz de criar inimizades entre torcedores de times rivais. Se no duelo entre Irlanda e Argentina os europeus vestidos de verde eram maioria, no confronto entre Austrália e Escócia a torcida era dividida. Vestidos com seus tradicionais kilts, escoceses contavam com apoio dos próprios irlandeses e dos ingleses para gritar cada ponto somado. O volume de cada “come on” aumentava à medida que o tempo de jogo rolava. Mas no final, quem gritou mais alto foram os torcedores dos Wallabies, que compareceram em grande número.
Cabeça cheia? Nada disso. Irlandeses, australianos, argentinos e escoceses partiram para a estação de trem rumo a Londres juntos, assim que a rodada acabou. Nos vagões, trocavam ligeiras provocações, mas queriam mesmo era debater o rúgbi e fazer prognósticos para as semifinais. O clima de cordialidade que toma conta das partidas é o mesmo que abraça os torcedores do lado de fora dos gramados.