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Ex-número 1 do mundo, Inglaterra iguala seu pior ranking da história

UOL Esporte

Por Bruno Romano

Foto: Shaun Botterill/Getty Images

Foto: Shaun Botterill/Getty Images

A pior participação inglesa em uma Copa do Mundo de Rúgbi acaba de render outro recorde negativo. Nesta segunda-feira, a World Rugby divulgou o novo ranking mundial com a Inglaterra em oitavo lugar, mais baixa posição já alcançada (ao lado de algumas semanas de 2009).

Com mais jogos do Mundial no horizonte, a colocação ainda pode piorar. Sobretudo se a vizinha Escócia, nona na classificação atual, seguir embalada no torneio. Até por que, a eliminada Inglaterra vai se despedir da Copa contra o Uruguai, no próximo sábado.

Este bem atualizado ranking da World Rugby é divulgado a cada segunda-feira pela entidade máxima do esporte. Vale lembrar que pontuação estabelecida duplica em partidas de Mundial.

Tudo bem, não precisa nem ser jogador de rúgbi para saber que rankings (em qualquer esporte, aliás) são apenas números. Eles não mudam resultado de jogos, nem definem muita coisa na prática. Mas a posição inglesa agrava ainda mais a delicada situação dos anfitriões da Copa.

Enquanto a imprensa britânica se dedica a analisar a eliminação precoce – chegando a pedir uma reforma na base do rúgbi no país –, ex-jogadores ingleses e especialistas da bola oval clamam publicamente pela saída do treinador Stuart Lancaster, que tem contrato até 2020.

Os artigos relacionados à derrota para a Austrália (33-13) no último sábado acumulam palavras como humilhação e vexame. E falam também de uma sensação de vasto abismo.

No lado alegre da história, a Austrália retomou a vice-liderança do ranking, ficando a atrás da Nova Zelândia (1º) e a frente do País de Gales (3º). Um duelo direto entre galeses e australianos no próximo sábado vai testar a precisão da lista.

Outras sete seleções subiram na classificação, todas em uma posição: África do Sul (4º), França (6º), Argentina (7º), Japão (11º), Tonga (12º), Itália (13º) e Geórgia (14º).

Já Samoa, mais recente vítima do Japão – a grande revelação deste Mundial 2015 –, perdeu quatro lugares e atingiu sua pior classificação da sua história, com o 15º lugar.

Dos 102 países ranqueados, o Brasil está em 39º. É o quinto sul-americano da lista, atrás de Argentina (7º), Uruguai (19º), Chile (23º) e Paraguai (36º).

Foto: Paul Gilham/Getty Images

Foto: Paul Gilham/Getty Images

JONNY WILKINSON DÁ SEUS PITACOS

Já que não dá mais para torcer pelo seu país, o ex-camisa 10 inglês Jonny Wilkinson falou sobre sua visão do Mundial. O campeão do mundo em 2003 preferiu não entrar em polêmicas. Em vez disso, destacou seus três jogadores preferidos até aqui.

O abertura francês Frederik Michalak – seu colega de posição e de clube, no Toulon – tem agradado Wilko. Segundo ele, a dedicação de Michalak nos treinos sempre foi inspiradora. Além disso, suas habilidades e sua capacidade de manejar o jogo estão bem acima da média.

Outro elogiado foi o camisa 9 galês Gareth Davies. Para Wilko, Davies define o ritmo dos jogos e têm tomadas de decisões precisas. Sua performance garante que os backs galeses (números 9 a 15) estejam no mesmo nível dos forwards (números 1 a 8), tradicionalmente a grande fortaleza de Gales.

Por fim, o campeão mundial destaca DTH van der Merwe, sul-africano de nascimento que veste a camisa 11 do Canadá. Ele enfatiza a agilidade de Merwe para fugir de adversários, seja evitando o contato ou partindo para o embate direto. O inglês também se impressionou com a competitividade de Merwe em cada jogo.

Pelo menos até 2019, Wilko está garantido como o grande nome da Inglaterra na história dos Mundiais. Além de uma atuação memorável durante o torneio de 2003, foi dele o chute da vitória na final (já na prorrogação) contra a vilã do momento, a Austrália.

LEGAL, MAS E OS JOGOS DO MUNDIAL?

Depois de um pouco de conversa de segunda-feira sem jogo, vale destacar o que o Mundial 2015 tem pela frente. Três diferentes tipos de duelo vêm por aí.

O primeiro deles reúne os underdogs, ou “azarões”, já sem muita coisa a perder. Canadá contra Romênia (terça, 12h45) e Namíbia versus Geórgia (quarta, 16h) prometem ser aqueles jogos equilibrados e pegados. Podem não ser shows de rúgbi, mas vão valer os ingressos.

O segundo tipo de partida é o famoso “gigante contra pequeno”. É assim que Fiji vai encarar o Uruguai (terça, 16h) e a África do Sul vai pegar os Estados Unidos (quarta, 12h45).

Favoritismo e pressão de um lado. E o delicioso sabor de entrar em campo contra uma potência mundial – para jogar seu melhor e se divertir – do outro. Tomara que seja o suficiente para nos divertir também.

O último jogo dos dias de semana – Nova Zelândia e Tonga (sexta, 16h) – mais parece com o segundo grupo. Ainda assim, o duelo de danças tribais será um espetáculo a parte. E, se Tonga fizer valer sua habilidade e força física (antes de fantasiar com resultado), pode transformar o jogo também em espetáculo.

Foto: Phil Walter/Getty Images

Foto: Phil Walter/Getty Images