Mesmo com grande dificuldade de derrubar os gigantes tonganeses, os Pumas conseguiram vencer Tonga e fincar um pé nas quartas-de-final (Crédito da foto: BERTRAND LANGLOIS/AFP PHOTO )

Só se fala na eliminação da Inglaterra, em casa, na primeira fase. A ressaca inglesa até tirou os holofotes das partidas deste domingo (4), quando os Pumas venceram Tonga por 45 a 16 e deram um importante passo a vaga nas quartas-de-final, e a Itália bateu de frente com a Irlanda, em um placar que terminou 16 a 9 para os irlandeses e acabou com qualquer sobrevida italiana.

Trombar e derrubar os monstrengos tonganeses, como o pilarzão Halani 'Aulika, de 1,90 m e 120 quilos, era uma tarefa dificílima. Até mesmo o tão famoso scrum argentino sofreu neste encontro inédito com a seleção dos Ikale Tahi. A “bajita”, invejada formação Puma do scrum, teve dificuldade para ganhar as disputas de bola.

A saída para os argentinos frente foi apostar na velocidade da linha e explorar a indisciplina de Tonga, que na metade do primeiro tempo já tinha cometido cinco pênaltis que o abertura “Nico” Sanchez não desperdiçou ao chutar. Mesmo assim, um try perdido pela Argentina e um anotado por Tonga levou o jogo indefinido para os vestiários.

O retorno para os 40 minutos finais só não ficou mais complicado para os Pumas porque o camisa 10 tonaganês Kurt Morath estava com a mira desalinhada perdeu 10 pontos em chutes para os paus. No final das contas, Tonga acabou diminuindo seu ritmo de jogo e o placar ganhou a elasticidade que se viu.

Para os próximos jogos fica uma das músicas cantadas pela torcida argentina: “Vamos Pumas vamos, vamos Pumas vamos! Y pongan huevos que ganamos! Pumas vamos!”. É esperar para ver se os “huevos” argentinos são suficientes para avançar até as semifinais.

Irlanda se safa no seu primeiro desafio real

O único try do jogo, anotado por Keith Earls, foi decisivo para a vitória Irlandesa. (Crédito da foto: Mike Hewitt/Getty Images)

Após duas vitórias com certa facilidade (contra Canadá e Romênia), a seleção irlandesa teve seu primeiro verdadeiro desafio neste domingo, no Olympic Stadium e assegurou a permanência nas fases eliminatórias.

O jogo teve sonoros tacles pra os dois lados e o que se viu foi uma Itália jogando o que ainda não tinha jogado no Mundial, atacando com brutalidade e defendendo com vigor, e uma Irlanda mais lenta do que o habitual. O primeiro tempo foi decidido nos detalhes. Um try convertido e um pênalti para o lado irlandês e dois pênaltis para a Itália. Os italianos até poderiam ter terminado os primeiros 40 minutos com um placar mais amigável, mas perderam oportunidades valiosas, como um lateral a cinco metros do in goal irlandês. Mesmo assim, a equipe de Serigo Parisse conseguiu se defender bravamente, não deixando a vantagem irlandesa aumentar na primeira metade do jogo, que terminou 10 a 6.

A partida incendiou aos 10 minutos do segundo tempo quando o chutador Tommaso Allan acertou um chute entre os paus e deixou a Itália a um ponto do empate. A Irlanda ainda deu uma esfriada com os seis pontos que conquistou, mas voltou a correr riscos ao perder o segunda linha Peter O'Mahony, que ganhou um cartão amarelo a nove minutos do final da partida. Mesmo assim, o time do gigante capitão Paul O'Connell saiu vitorioso. A Itália ainda tem seu último jogo por fazer contra Romênia e, se ganhar, garante a vaga no Mundial de 2019.

DICA DO DIA – Pontos Bônus

Com o objetivo de manter os jogos acesos até o 80º minutos (e deixar a disputa ainda mais embolada nos grupos), os jogos de rúgbi tem um sistema de pontuação bônus para ataque e defesa. É simples, o time que faz mais do que quatro tries ganha um ponto extra. O time que perde por menos de sete pontos, também ganha um ponto extra. Lembrando que a vitória dá quatro pontos; o empate, dois; e a derrota nenhum.

O CARA – Sergio Parisse

Crédito da foto: Eddie Keogh/Reuters

A resistência bem mais intensa do que se viu nas suas duas primeiras aparições teve uma razão: o retorno de Sergio Parisse. Por conta de uma lesão, o capitão e oitavo italiano entrou em campo apenas uma vez desde o Six Nations, quando os Azzuri perderam para Gales em um jogo preparatório. A voz de liderança de Parisse ajudou e a Itália jogou um rúgbi que não tinha apresentado até então. Mesmo assim, não foi suficiente para manter o time vivo na competição

A FRASE

“Obviamente, eu tenho que considerar minha posição. Não será minha decisão permanecer no time. Ainda temos um jogo pela frente e precisamos de uma bom desempenho contra o Uruguai em Manchester. Como eu disse durante a semana, a responsabilidade recai sobre mim e eu tenho que pensar sobre isso”, afirmou o técnico inglês Stuart Lancaster, que entrou na mira da imprensa inglesa após a eliminação prematura na catastrófica derrota para Austrália. O time de Lancaster terá uma semana para se recuperar e entrar em campo para vencer o Uruguai. Uma derrota seria trágica.

A IMAGEM

Crédito da foto: DAVID JONES/EFE/EPA

Don Diego viajou até a cidade de Leicester para apoiar os Pumas. Maradó apareceu várias vezes na transmissão oficial e demonstrava bastante intimidade com o esporte. O eterno camisa 10 argentino rodava a camisa dos Pumas, pulava e gritava. Estava tão à vontade que parecia estar torcendo na La Bombonera.

LONDON EYE

O campeonato está chegando ao final da sua fase de grupos. A próxima semana será decisiva para as equipes, nem tanto pela segurança de classificação (já que é pouco provável que os atuais primeiros colocados nos grupos tropecem), mas pela integridade física dos jogadores. Isso porque quem já está fora e vai pegar um peixe grande, como Samoa que enfrenta a Escócia no sábado (10), deve caprichar nas cabeçadas pra voltar orgulhosa pra casa.